"Amar uma multidão de pecadores é uma qualidade distintivamente cristã" Charles M. Sheldon

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Para vencer o Golias...



Olá amigos, depois de alguns anos sem postar mensagens ashashsah, estamos aqui novamente para compartilhar algumas lições com base na revelação da palavra de Deus.

Como vencer o Golias de nossas vidas?

Sempre quando leio sobre a história de Davi em 1 Sm 17, vejo a coragem de um jovem determinado a enfrentar todas as barreiras da vida. Mas para entendermos o agir de Deus deste jovem ruivo, formoso de semblante e de boa presença, necessitamos descrever brevemente o contexto desta história.

Antes de iniciar o período de Monarquia, conforme o Pfeiffer et al. (2007), do Dicionário Bíblico Wycliffe, o povo de Israel vivia sobrem um sistema político e religioso chamado de Teocracia, um governo que tem como líder uma autoridade divina, que determina as leis e as condições em que um povo de viver, conhecido também como "Governo de Deus". Com passar dos anos, a nação de Israel começou ter mediadores, representantes, como uma voz de Deus, chamados de Profetas, Sacerdotes e por último os Juízes. Com o passar dos anos, Israel passa ser governado de acordo com Pfeiffer et al.(2007, pg. 1909), por "anfietione (ou anfictião) ou a liga tribal, governantes carismáticos (espirituais) chamados de "juizes" para livrar seu povo da opressão".

Em um determinado momento da história dos juízes, Deus recebe de volta aquilo que projetou na vida do casal Ana e Elcana, o comprimento de um voto, menino Samuel, o milagre de Deus escolhido para ser profeta, sacerdote e juiz. "E crescia Samuel, e o SENHOR era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do SENHOR" (1 Sm 3:19-20, ARC). Quando já envelhecido, passou seu cargo de juiz, para seus herdeiros Joel e Abias, mas os anciões de Israel rejeitavam os seus filhos pois a conduta era dos dois eram totalmente diversa de seu pai, depravando-se para o caminho da avareza. Assim, os anciões queriam um rei para os julgassem como faziam as nações vizinhas. Samuel, consultou a Deus, o qual permitiu que assim acontecesse deixando claro o costume de um rei para com seu povo, estando cientes do que poderia ocorrer, sendo assim, persistiram em ter um rei e Deus elege a Saul como o primeiro rei de Israel, jovem mais belo do povo e que se sobressaia sobre os demais. No início este rei era usado por Deus e conquistava guerra (venceu os amonitas), mas depois desobedeceu a Deus a chegar um ponto onde o SENHOR, disse que se arrependia de ter colocado Saul como rei (1 Sm 15:11).

De acordo com o Comentário Bíblico Beacon, dos autores Mulder et al. (2005, ), a palavra hebraica, "nacham, “arrepender”, significa “suspirar, sentir muito, lamentar”, e, quando usada a respeito de Deus, indica uma mudança de planos com relação aos instrumentos ou agentes humanos". Logo, podemos entender o agir do SENHOR mudando os planos para a nação de Israel, enviando a Samuel a Belém na casa de Jessé em busca de um novo rei segundo o seu coração.

A Primeira Atitude para vencer o Golias é SACRIFICAR.

Samuel convidou Jessé e seus filhos para sacrificar, isto é, uma consagração, uma purificação da vida para Deus. Assim, é possível entender que primeiro devemos nos dedicar e buscar a Ele, antes de sair enfrentando as lutas que nos rodeam.

A Segunda Atitude é ser UNGIDO

Devem estar se perguntando, Separado? Sim, quando Samuel confirma que Davi, o menor da casa que estava pastoreando as ovelhas era o escolhido por Deus, o mesmo tinha consigo um vaso de azeite o qual unigiu a Davi no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. (1 Sm 16:13, ARC).

UNÇÃO é separar um escolhido exclusivo para Deus, de acordo com Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento Harris et. at. (1998, p. 904), "num maior número de vezes emprega-se mãshah para designar a investidura cerimonial em cargos de liderança, uma ação que envolvia o derramamento de óleo que estava num chifre sobre a cabeça do indivíduo".

É uma separação completa do mundo para Deus, sempre devemos ter em mente que só alcançaremos vitórias, quando conseguirmos separar a nossa vida do pecado, nosso eu, da nossa carne.

A Terceira Atitude é usar o DOM que Deus lhe concedeu.

Quando Saul é comunicado que tinha um jovem disposto a lutar contra o guerreiro Golias, logo manda-o chamar em sua presença, vendo a Davi, um jovem ruivo e novo, tratou em dizer que não poderia lutar com Golias, um guerreiro desde de sua mocidade. Mas Davi lhe informou que para defender as ovelhas de seu pai já tinha lutado com urso e leão. Vendo a coragem do jovem, Saul dá as suas vestes de guerra (armadura, capacete, espada), porém o jovem Davi nunca tinha experimentado essas ferramentas e retirando-as, tomou consigo o que de costume usava, um cajado, cinco seixos do ribeiro, o alforje de pastor e a sua funda.

Aprendemos aqui uma lição muito importante sobre as armas que Deus nos dá, o dom que concede a nós é para ser usado e não guardado, como também não necessitamos usar, praticar, imitar a maneira que outras pessoas são usadas para trabalhar na obra de Deus. 

Isto é, se o dom que tem é de pregar, então PREGUE, se é adorar, ADORE, se é cantar, CANTE e apesar de todas as aflições e lutas, deixe Deus te usar:

 Apesar das feridas, apesar das decepções
Eu te chamei, eu te chamei
Apesar do passado, apesar das desilusões
Eu te chamei, eu te chamei

Deixa eu te usar para curar
Deixa eu te usar para salvar
Enquanto eu te uso, eu cuido de tudo que te faz chorar

Eu não te dei espírito de temor
Mas de ousadia, onde eu te mandar, tu irás
Onde eu te colocar, tu brilharás
E eu te encherei, e eu te encherei
E eu te encherei, vai, vai, vai em paz. 

Assim, podemos ir adiante e vencer o Golias em nome do JEOVÁ ELOIM SABAOTH - O SENHOR DOS EXÉRCITOS. Amém.




REFERÊNCIAS

BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal: Tradução Almeida Revista e Corrigida. São Paulo: CPAD, 1995.

HARRIS, R. LAIRD et. al. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Edição Vida Nova, 1998.

PFEIFFER, Charles F. et. al. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p. 2050.

PURKISER, W. T. et al.Comentário Bíblico Beacon: Livros Históricos. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 564 (4° Reimpressão).

FARIAS, Sarah. Deixe eu te usar. In.: Vivendo a Novidade. Maceió: Alisson free Som, 2016. 1 CD. faixas 1-16 (75 min.).

CREMOS...

 Cremos
1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).
2) Na inspiração verbal da Bílbia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida eo caráter cristão (2 Tm 3.14-17).
3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).
4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).
5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8).
6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).
7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12).
8) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15).
9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1 Co 12.1-12).
11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14).
12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).
13) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15).
14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

domingo, 18 de maio de 2014

OLHANDO PARA JESUS

Olhando para Jesus

Olhando para Jesus, seguindo avante

Texto base: Matheus 14:22-36

"Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão. Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte orar. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho, mas o barco já estava a considerável distância da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra ele. Alta madrugada (quarta vigília da noite), Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram:"É um fantasma!" E gritaram de medo. Mas Jesus imediatamente lhes disse: "Coragem! Sou eu. Não tenham medos!". "Senhor", disse Pedro, "se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas". "Venha", respondeu ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!".

É uma passagem, ao qual conta-se um fato ocorrido com os discípulos acerca da fé, da coragem e de milagre. Pois, vejam Jesus mandou que os discípulos fossem para o mar para outro lado e depois de despedir foi orar num monte. Ora, Jesus queria conversar com Deus, mostrando a necessidade pessoal e da intimidade que devemos ter com Deus. Quando anoiteceu, Ele ainda estava sozinho, mas estava se preparando para ir de encontro com os discípulos que estavam no mar, enfrentando ventos fortes. Jesus sabia que ia acontecer tal fato e de que mostraria ao homem a necessidade de sempre olharmos para Ele.

Então, a partir desta leitura queria compartilhar com vocês sobre alguns  princípios para andarmos sobre o mar. Este mar, se refere ao mundo, ou tudo ao redor que faz parte de nossas vidas, trabalho, faculdade, escola, igreja.

1° Princípio: FÉ

Ora, para olharmos para Jesus, seguindo em frente no cotidiano de nossas vidas, temos acima de tudo ter fé, pois a partir dela é que cremos em Cristo Jesus, o nosso Salvador. As sagradas escrituras nos diz em Hebreus 11:1: "Ora, a  é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos", e que sem esta fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6). Vejam que nossas vidas só acontecem milagres e conquistamos vitórias, através da fé, é o crer em algo sobrenatural que ultrapassa a visão dos olhos humanos e que transforma numa visão espiritual divina e santificadora do poder de Deus, agindo em nossas vidas. Podemos verificar que vários acontecimentos que ocorreram nas escrituras sagradas foram para mostrar o poder e a autoridade de Deus, através da fé. São atitudes da fé que mostram a acreditação em algo que é impossível de acontecer ou sabemos que as nossas mãos não teriam condições de realizar.
Vejamos alguns exemplos de atitudes ou intervenção das nossas fé:

a) Mulher do fluxo de sangue. (Mc-5:28): "Se tão somente tocar nas suas vestes, sararei". Jesus estava voltando para terra firme e a multidão o seguia, quando um dirigente da sinagoga, Jairo, postou-lhe aos seus pés, implorando a Cristo que fosse impor as mãos sobre a sua filha que estava morrendo. E por ali, a multidão lhe apertava, puxava, quando uma mulher que estava com uma doença, fluxo de sangue a 12 anos, colocou a sua fé em ação e tocou nas vestes de Jesus. Disse Jesus que alguém tocou, porque dEle saiu virtude. Ora, o milagre aconteceu e a mulher foi curada, tamanha é a fé desta mulher que a sua atitude desesperada fez com que agisse de maneira a não se importar com a multidão e com muito esforço recebestes a cura. Atitude de fé curadora. 

b) Davi enfrenta Golias. (1 SM-17:45): "Você vem contra mim com espada, com lança e com dardos, mas eu vou contra você em nome do SENHOR dos exércitos, o DEUS dos exércitos de Israel, a quem você desafiou". O povo de Israel vivia em constantes batalhas e certa ocasião estavam no vale de Elá se preparando para mais uma batalha contro o povo filisteu, dentre este povo um guerreiro chamado Golias desafiou o Israel para que um soldado o enfrentasse numa luta. Mas durante 40 dias, Golias se posicionava e desafia Israel e todos fugiam. Certa oportunidade Davi foi levar suprimentos para seus irmãos na batalha e ouviu o que Golias tinha desafiado o povo de Israel. Davi um jovem que adorava Deus, foi por ordem do rei Saul conversar e o mesmo se apresentou para a batalha. Resumindo, duvidaram da capacidade por ser um jovem sem porte de um guerreiro, mas tinha Deus em seu coração e sabia que os filisteu estavam desafiando ao Deus dos Exércitos, a quem nenhum homem poderia insultar. Juntou-se 5 pedras de um riacho e com uma atiradeira na mão lhe pegou uma pedra e atirou sobre Golias, matou Golias e o povo de Israel venceu esta batalha. Atitude de fé enfrentando batalhas.

c) Poder espiritual (dom espiritual). (AT 8:12): "Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, CRERAM nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres". Um mago, que enganava o povo daquela época se dizia ser um Grande Poder, Filipe ao lhe pregar as boas novas conheceram a verdade, creram e foram batizados, até mesmo o mago Simeão. Por onde estes sinais e milagres se realizavam, Filipe seguia maravilhado. Vejam que o poder de Deus para com homem é de revelar novos patamares e ao crer na verdade e buscar a tua presença, dons são revelados a nós, cada um com tipo de dom, mas o espírito é o mesmo e que visa o bem comum, como afirma Paulo nas cartas ao Corintos (1 Co 12:7).
2° Princípio: ADORAÇÃO

O segundo princípio é algo que devemos fazer todos os dias de nossas vidas, mesmo quando estamos em lutas, enfermos e felizes. Adorar a Deus sobre todas as coisas e em todas as circunstâncias que enfrentarmos.

Jó foi provado pela sua fé e sua adoração a Deus, e quando Deus permitiu que Satanás lhe tirasse os bens materiais e a sua família, a primeira coisa que fez foi: "Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; O SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR" (JÓ 1:21). De maneira alguma questionou a Deus sobre o que estava passando, lindo é o viver em Deus e depositar a nossa crença nEle.

Daniel quando soube do decreto que o rei Dario determinou armado pelos seus supervisores e sátrapas que deveria o povo adorar somente ao rei, dirigiu-se para sua casa como de costume, ao qual no seu quarto as janelas abertas eram da bandas de Jerusalém, três vezes ao dia, orava e dava graças, diante do seu Deus como antes costumava fazer. Ora mesmo, os invejosos que se levantara contra ele, continuou o seu particular com Deus, orava e adorava a Deus. (DN 6:10).

Também, podemos ver no Novo Testamento, o acontecimento com Paulo e Silas na prisão por pregar o evangelho, mesmo açoitados e presos, na cadeia por volta de meia noite oravam e cantavam hinos a Deus (AT 16:25).



3° Princípio: TEMOR A DEUS

No dia-a-dia das nossas vidas surgem problemas, lutas, enfermidades e o medo nos cerca fazendo que olhamos só para ele, o que logicamente e instantemente esta onda ficará gigante diante de nós e nossa reação será de sempre olharmos para trás e recuarmos. É fácil dizer que não devemos temer o que estamos passando por adversidades e lutas espirituais, mas também não devemos baixar a guarda e deixar que estas adversidades acabem com nós. Devemos acima de tudo, é temer a Deus. "Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai, e seja ele o vosso temor, e seja ele o nosso assombro" (IS 8:13). 

Quando buscamos a palavra de Deus, confiamos e obedecemos os seus mandamentos, somos vitoriosos e temor nenhum nós cercará se não for o temor de Deus. "Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno" (MT 10:28). Se aceitamos Jesus Cristo como nosso salvador, somos libertados do pecado e uma nova vida passamos a ter, e através da sua palavra e do espírito santo que nos guiamos e ficamos esperançosos em sua vinda, ora, "o temor do SENHOR é limpo e permanece eternamente; os juízos do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente" (SL 19:9). Este temor é para nós ficarmos firmes no seu caminho, quantas vezes nos oferecem coisas que momentaneamente parecem ser boas e que estamos prestes a nos contaminar, o espírito santo fala conosco e um temor se ascende em nossos corações.  

4° Princípio: SEGUIR OS MANDAMENTOS DO SENHOR



Este princípio é uma continuidade do 3° princípio, pois para temermos precisamos conhecer e saber a quem tememos. Desta forma devemos sempre alimentar-se na palavra e nos ensinamentos que Deus nos deixou. 
"O que despreza a palavra perecerá, mas o que teme o mandamento será galardoado" (PV. 13:13). 

Devemos ficar atentos e seguirmos os seus decretos e mandamentos, como também guardar no coração a palavra de Deus para não pecarmos (SL 119:11). 

Vejam que conhecemos Jesus Cristo, pois existem missionários, cantores, profetas e pregadoras da tua palavra que trazem as boas novas, se assim, não fosse nunca saberíamos de verdade quem é Jesus, através de pessoas usadas por Deus em propagar o evangelho, conversões acontecem e vidas são salvas. O amor de Deus para com nós é este: "Porque que nisto consiste o amor de Deus: em obedecer (guardar) aos seus mandamentos" (1 JO 5:2-5).

5° Princípio: FORÇA

Força é capacidade que temos em gerar em nosso corpo para realizarmos um movimento, pegarmos alguma coisa, acionarmos os nossos movimentos, como caminhar, correr, pular. Ora, se sabemos de todos estes princípios, falta nos capacidade em lutarmos, coragem, sermos um guerreiros, soldados de Cristo. 

Quando Moisés liderou o povo de Israel na travessia do Mar Vermelho, ele fez um cântico declarando que: "O SENHOR é a minha força e meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, lhe farei uma habitação, ele é o Deus de meu pai; por isso o exaltarei".(Êx 15:2)
Vejam que adorou a Deus e declarou que sua força era Deus, pois tinha dado uma vitória milagrosa, inimaginável, gloriosa.  Mesmo quando estamos enfrentando alguma dificuldade, devemos declarar que Deus é a nossa força, é dEle que conquistamos o impossível e o nome dEle é glorificado, não importa se está difícil, crê somente nEle e tudo o fará para que você seja vitorioso. Amém.

Eu te pergunto: Qual é o vento que está te assombrando e te dando grande temor? As ondas estão grandes ou os seus olhos que estão com uma visão míope? Não sabes a quem serve, o Deus vivo, fiel para com os seus filhos?

Estes princípios são os alicerces de nossas vidas, as ondas do mar vem, são altas ou baixas, o vento é forte ou fraco, mas se confiarmos tão somente nEle, não importa o problema, a dificuldade, a luta, a enfermidade, Deus estará conosco. Creia em Deus, pois Ele nos ama e a prova do seu amor é Jesus Cristo, o nosso salvador, o único intermediador entre o homem e Deus. 

Ah, não deixe de servir este Deus tão maravilhoso, porque algo te aflige. Os exemplos de atitudes de fé que mencionei são prova do que aquilo que depositamos e acreditamos, Deus nos atende e nos abençoa. Adore, teme, guarde os seus mandamentos, tenha força para caminhar, use e abuse de sua fé, porque Deus quer que alcancemos novos patamares e isto depende das nossas atitudes, mas o nosso espelho é Jesus nunca esqueça disto.

Deus te ama, e nada mais nada pode separar o amor de Deus que está em Cristo Jesus o nosso salvador.

Abraços e até a próxima. Que Deus te abençoe grandemente.

domingo, 10 de março de 2013

EBD 2013 - Há um milagre em sua casa...




Por Eliseu Antonio Gomes
Deus é bom. Ele realiza milagres em nossas vidas mesmo sem merecermos. Mediante sua graça nos alcança em momentos difíceis e supre nossas necessidades. É capaz de agir de forma sobrenatural usando as coisas mais simples e insignificantes para manifestar o seu poder e expressar seu cuidado.
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"Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor." - Filipenses 4.5.
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Equidade é a prática de justiça de maneira voluntária, ter disposição para agir com imparcialidade e retidão, repudiar tenazmente as injustiças.
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"Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito." - Salmos 34.18.
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Para o Senhor não há causa impossível. Ele tem compaixão, vê as carências, enxerga a fé obediente, estende o braço divino e aplaca o sofrimento humano de todos aqueles que agem com equidade, isto é, socorre aos que seguem suas orientações (Salmos 40.17; 69.33; Isaías 25.4; Jeremias 20.13).
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Em 2 Reis 4.1-7, encontramos a narrativa do episódio em que Deus usou Eliseu para trazer abundância para uma família pobre. A esposa de um profeta falecido, uma mulher que deve ter dedicado sua vida a Deus ao lado de seu companheiro conjugal, foi consultá-lo para resolver um gravíssimo problema de crise financeira. Ao perder o marido, contraiu a dívida dele. Não sabemos o motivo e nem qual era o tamanho da dívida. O credor batia em sua porta e a constrangia ameaçando levar seus dois filhos para trabalharem como escravos e assim pagarem a dívida do pai. Não bastasse a dor da perda do marido, corria o risco da perda dos filhos.
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Naquela sociedade era comum o credor obrigar o devedor a quitar a dívida com mão de obra servil ou escrava na falta do pagamento, pois a Lei de Moisés permitia fazer isso, colocando um período de seis anos de escravidão (Êxodo 21.1-6; Levítico 25.39-55). Pessoas em pobreza podiam vender-se ou vender os filhos. Os filhos eram considerados bens transferíveis para resgatar dívidas trabalhando como escravos. Nesta situação, Deus ordenou que ricos e credores em geral não se aproveitassem de pessoas durante os tempos de extrema necessidade delas, como era o caso da viúva sem arrimo familiar (Deuteronômio 15.1-18).
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Diante do clamor da mulher desesperada, sensibilizado Eliseu tomou atitude compassiva e perguntou o que ela possuía em casa."Tua serva não tem nada em casa, senão um botija de azeite" (2 Reis 4.2). Apesar de ser um produto essencial na casa dos israelitas, o azeite possuía baixo valor agregado. A porção que a mulher possuía era minguada, uma botija, mas foi por meio desse líquido que Deus resolveu o extremo problema dela. Eliseu intruiu-a: "Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os seus vizinhos, não poucos, vasos vazios, não poucos. Então, entra, e feche a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio" (2 Reis 4.3-4). Crendo na providência divina, ela o obedeceu, pediu as vasilhas emprestadas, trouxe-as para dentro de seu lar, trancou-se e de portas fechadas ao lado dos dois filhos viu o milagre da multiplicação acontecer, o azeite fluiu enchendo uma quantidade enorme de recipientes. Assim, a viúva vendeu o azeite, pagou a dívida e ainda houve sobra para viver dignamente ao lado de seus filhos.
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O poder de Deus não acaba. A multiplicação só parou quando as vasos acabaram. A limitação foi humana e não de Deus. A provisão divina foi proporcional à fé e à disposição da viúva pobre em pedir receptáculos emprestados.
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O azeite de oliveira era largamente empregado na preparação de alimentos, substituindo a manteiga na cozinha (1 Reis 17. 12-16). Um uso igualmente popular na esfera doméstica era o uso como combustível para as pequenas lâmpadas encontradas com abundância desde o período mais antigo da Palestina.
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Deus não age como o ser humano age. Ele usa aquilo que menos se espera. Com isso percebemos que o pouco com Deus é sempre muito, e que quando existe fé no coração do servo fiel, a escassez pode converter-se em abundância, a dificuldade pode ser superada através da providência divina.
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A narrativa bíblica do milagre da multiplicação de azeite na casa da viúva, por meio do ministério do profeta Eliseu, apresenta a soberania do Senhor para suprir as necessidades de servos fiéis (1 Reis 4.1-7). Com certeza, a fé da viúva e de seus filhos foi fortalecida com a intervenção das mãos do Senhor apresentando o devido provimento.
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Os cristãos não estão isentos de passar adversidades, deve lembrar-se que têm a quem recorrer em todos os momentos, um Deus poderoso capaz de suprir suas necessidades. Períodos de escassez servem para que o coração humano se depare com suas limitações e reconheça sua dependência do Senhor e humilhe-se perante Ele.
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Se estamos em posição financeira de privilégio, somos credores e não a pessoa endividada, a atitude bondosa de Eliseu demonstra que o Senhor deseja que o cristão ultrapasse o simples ato de religiosidade e pratique o amor fraternal (Lucas 6.35).
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Em necessidade e desespero, é na casa de Deus, entre os cristãos que o crente necessitado encontra o socorro adequado.
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O que possuímos pode ser bem pouco, mas é o suficiente para Deus realizar seus propósitos. O Pai Celeste é imutável, ainda está disposto a realizar milagres nos dias de hoje (Êxodo 34.6; 2 Crônicas 30.9; Salmo 116.5). "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém." - Efésios 3.20-21.

Fonte: Belverede
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Seja a PEDRA...

Vivendo a Última Hora
" E tomou o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ribeiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber, no surrão, e lançou mão da sua funda; e foi aproximando-se do filisteu. 
 Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.  Hoje mesmo o SENHOR te entregará na minha mão, e ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel;  E saberá toda esta congregação que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão.  
E sucedeu que, levantando-se o filisteu, e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi, e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu.  E Davi pôs a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com a funda lha atirou, e feriu o filisteu na testa, e a pedra se lhe encravou na testa, e caiu sobre o seu rosto em terra. 
  E Davi tomou a cabeça do filisteu, e a trouxe a Jerusalém; porém pôs as armas dele na sua tenda. "
1 Samuel 17:40-54 texto resumido

Quando eu  e você lemos esta história, onde nos colocamos nela? Somos por acaso Davi, que mesmo sendo pequeno e frágil, aos olhos dos homens, era grande perante Deus? Estamos enfrentado um gigante, que ninguém acredita que venceremos?
Pode ser. Mas hoje quero nos colocar num outro ângulo: nós somos, na maioria das vezes, a PEDRA!
Queridos, o mundo em que vivemos, nos faz pensar que o que importa realmente nessa vida, é VOCÊ, que apenas os SEUS problemas são verdadeiros, que o mundo se resume na SUA vida, e no SEU umbigo!

Não me leve a mal querido leitor, Jesus morreu por VOCÊ! Você é MUITO IMPORTANTE para Deus. (leia 1 Pedro 2:9, Mateus 18: 12-14)
Mas todos nós somos chamado com o proposito de servir - Gálatas 2:20. E vejo que por muitas vezes não queremos ser a pedra que acerta a testa do gigante, não queremos ser instrumentos, não queremos descer do palco, nem sair da frente dos holofotes, porém esse é o lugar que o Senhor nos reservou.

Um grande exemplo de servo que entendeu qual era o seu lugar, foi João Batista, que não tentou ganhar mérito para si mesmo:
"João respondeu, e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.  Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.  Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.  É necessário que ele cresça e que eu diminua". João 3:27-30

Amado, deixe hoje o seu problema, o seu eu, e se deixe ser a pedra certeira nas mãos certas de Jesus! Sê tú uma benção!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sobre essa menininha, à ESPERANÇA...



Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus.
Salmos 146:5

Sammis Reachers

Uma das chamadas três virtudes teologais, citadas pela apóstolo Paulo em 1Co 13.13 (ao lado da Fé e do Amor) a Esperança é, das três, talvez a virtude menos considerada, e no entanto parece-me ser a mais inatamente presente no ser humano.

Mas quem é essa menina, essa força invisível, esse brilho nos olhos que é a Esperança? Por que a Esperança resiste tão fortemente, mesmo esmagada e esquecida no fundo de uma cela? Mesmo de joelhos dobrados à coronhadas, mesmo diante do pelotão, com armas apontadas para sua cabeça de olhos vendados, inchados de tanto levar socos, torturada? Mesmo diante do sorriso imundo de Satanás, como essa força, essa menininha, a esperança no escape, a esperança no bem, a esperança no Altíssimo, resiste no subsolo deste edifício implodido que é o homem? Tenho uma definição para a Esperança: Rebelião contra a Queda.

A Esperança, a inata (por Deus plantada) rebelião contra a Queda viva no coração humano, quando alcança a graça de encontrar seu objeto na epifania (manifestação física da divindade) Jesus Cristo, torna-se de Rebelião em Revolução. Mas ainda em estágio de Rebelião, manifesta-se já sua maior singularidade: a Esperança humana, mesmo antes do nascimento de Cristo e mesmo para aqueles que, ontem ou hoje, nunca o conheceram, é já Cristo abraçando o mundo por toda a extensão da história, do homem; é ela própria a ‘eternidade que Deus pôs no coração de todo homem’ (Ec 3.11).

Talvez você tenha já ouvido falar no Fator Melquisedeque, um conceito fundamental em Missiologia, e que foi proposto pelo antropólogo Don Richardson, em seu livro de mesmo nome. Num resumo wikipediano, lê-se que “O Fator Melquisedeque é designação dada à consciência universal da existência de um Deus único, entre as diversidades de expressões culturais e religiosas dos diferentes povos e civilizações ao longo da história.” É como um ‘gancho’ deixado por Deus em cada cultura, para facilitar a posterior assimilação da Revelação do Evangelho.

Pois entendo nossa menininha, a Esperança, como a expressão básica, elementar, a molécula feita e utilizada para erigir no homem aquilo que Don Richardson definiu como o Fator Melquisedeque. Uma outra metáfora: a Esperança como os tijolinhos que formam o templo vazio que nasce junto com cada filho de Adão, templo este que tem o tamanho exato de Deus, pois feito sob estrita medida. O homem nasce um templo vazio, mas feito de Esperança. A Esperança, tudo o que nos restou, é o edifício pronto para recebê-Lo (a Deus) em nós. A Esperança é a mão que em nós o Espírito Santo usa para segurar o outro lado da corrente, a Mão de Deus.

Jurgen Moltmann, teólogo alemão, proponente da principal corrente da assim chamada Teologia da Esperança, e que, soldado da Alemanha derrotada na Segunda Guerra, foi mandado para campos de prisioneiros de guerra na Irlanda, nos diz:
“Vi homens nos campos que haviam perdido a esperança. Eles simplesmente se entregavam, adoeciam e morriam. Quando na vida a esperança hesita e se desfaz, uma tristeza que vai além de todo o consolo toma conta da pessoa. Já a esperança incomoda e inquieta. A pessoa não se contenta mais com a situação, com a forma como as coisas estão.”

Moltmann foi inspirado pelo filósofo alemão Ernst Bloch, para quem todo ser humano é instintivamente dotado de esperança, é insuflado a buscar – avançando - a Utopiasonhada. Bloch era ateu e marxista revisionista; tinha, portanto, uma visão secular para qual seria a Utopia sendo perseguida pelo homem. Utopia esta que Moltmann corretamente entende como o Reino vindouro de Cristo, cuja ressurreição e ascensão são as marcas patentes da promessa de seu Retorno, são como que os próprios signos da Esperança.

Se Moltmann era soldado um alemão aprisionado em campos de concentração dos vencedores Aliados, e que durante seu sofrimento em meio a tal situação achegou-se à esperança cristã, na outra face desta estranha moeda, o psiquiatra judeu Viktor Frankl, contemporâneo de Moltmann, desenvolvia as bases de sua Logoterapia, enquanto prisioneiro também em campos de concentração, mas como prisioneiro dos alemães.

Frankl, tendo perdido praticamente toda a sua família para a máquina de extermínio de Hitler, agarrou-se (ele também) à Esperança (entendida, em suas próprias palavras, como ‘fé no futuro e vontade de futuro’), e desenvolveu sua doutrina baseado na valorização da esperança (otimismo) como sentido para a vida. Frankl cedo percebeu no homem um vazio causado pela ‘vontade de Sentido’, e concluiu (renegando aqui seus predecessores e antigos ‘mestres’ Freud e Adler) acertadamente que esse vazio tem origem espiritual, e desse vazio decorrem os principais problemas psíquicos do homem.

Repito aqui a pergunta feita acima: que força é essa que resiste no subsolo do edifício homem, mesmo quando este edifício é implodido? Ambos os prisioneiros poderiam ter desistido de suas vidas e se entregado, mas ambos vislumbraram, cada qual a seu modo, a Esperança, e agarraram-se a ela com todas as suas forças, com tudo de si. E passaram a desenvolver suas doutrinas tendo ela por fundamento. Não é algo fascinante? Continuemos com Frankl:

Estás no valo trabalhando. O crepúsculo que te envolve é cor-de-cinza, o céu acima é cinzento, cinzenta a neve no pálido lusco-fusco, os trapos dos teus companheiros são cinzentos, e também os semblantes deles são cor-de-cinza. Retomas outra vez o diálogo com o ente querido. Pela milésima vez lanças rumo ao sol teu lamento e tua interrogação. Buscas ardentemente uma resposta, queres saber o sentido do teu sofrimento e de teu sacrifício - o sentido de tua morte lenta. Numa revolta última contra o desespero da morte à tua frente, sentes teu espírito irromper por entre o cinzento que te envolve, e nesta revolta derradeira sentes que teu espírito se alça acima deste mundo desolado e sem sentido, e tuas indagações por um sentido último recebem, por fim, de algum lugar, um vitorioso e regozijante ‘sim’.”

Ao erigirem a Esperança como sua interna rebelião contra a derrota, a solidão, o vazio e a morte, ambos venceram. É Agostinho de Hipona quem diz: “A Esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las.

Causa fascinação que em situações extremas, de dor radical, holística (abarcando todas as dimensões do humano), essa virtude resista combatendo no coração desses e de tantos outros homens? Mas é isso mesmo que ela é, o Princípio Combatente no coração do homem, a arma do Santo Espírito. Mesmo atirada ao fundo lamacento do poço, como José, como Jeremias, ela escava, ela escala, ela acredita - e oferece um sorriso para insuflar os mutilados.

Há um poema de um grande poeta cristão francês, Charles Péguy, que, em seu estilo intimista e desabusado, e que faz tão bom uso das repetições (talvez como nenhum outro poeta que eu conheça), fala oportunas palavras sobre essa menina magricela, mas apaixonante e veementemente forte, a Esperança. Coligi esse poema na Breve Antologia daPoesia Cristã Universal que organizei. É um pouco extenso, mas vale a pena você ler.

A Esperança

Tradução de Guilherme de Almeida

A crença de que eu gosto mais, diz Deus, é a esperança.

A fé, isso não me espanta.
Isso não é espantoso.
Eu resplandeço de tal maneira na minha criação.
No sol e na lua e nas estrelas.
Em todas as minhas criaturas.
Nos astros do firmamento e nos peixes do mar.
No universo das minhas criaturas.
Sobre a face da terra e sobre a face das águas.
No movimento dos astros que estão no céu.
No vento que sopra sobre o mar e no vento que sopra
no vale.
No calmo vale.
No tão quieto vale.
Nas plantas e nos animais e nos animais das florestas.
E no homem.
Minha criatura.
Nos povos e nos homens e nos reis e nos povos.
No homem e na mulher sua companheira.
E principalmente nas crianças.
Minhas criaturas.
No olhar e na voz das crianças.
Porque as crianças são mais minhas criaturas.
Do que os homens.
Elas não foram ainda desfeitas pela vida.
Da terra.
E entre todos elas são meus servidores.
Antes de todos.
E a voz das crianças é mais pura do que a voz
dos ventos na calma do vale.
No vale tão quieto.
E o olhar das crianças é mais puro do que o azul do
céu, do que o leitoso do céu, e do que um raio
de estrela na calma noite.
Ora eu resplandeço de tal maneira na minha criação.
Na face da montanha e na face da planície.
No pão e no vinho e no homem que lavra e no homem
que semeia e na messe e na vindima.
Na luz e nas trevas.
E no coração do homem que é o que há de mais
profundo no mundo.
Criado.
Tão profundo que é impenetrável a todo olhar.
Exceto ao meu olhar.
Na tempestade que faz cabriolar as ondas e na
tempestade que faz cabriolar as folhas.
Das árvores da floresta.
E ao contrário na calma de uma bela tarde.
Na areia do mar e nas estrelas que são uma areia
no céu.
Na pedra do limiar e na pedra da lareira e na pedra
do altar.
Na oração e nos sacramentos.
Nas casas dos homens e na igreja que é minha casa
sobre a terra.
Na águia minha criatura que voa sobre os píncaros.
A águia real que tem pelo menos dois metros de
envergadura e talvez três metros.
E na formiga minha criatura que rasteja e que armazena
um pouquinho.
Na terra.
Na formiga meu servidor.
E até na serpente.
Na formiga minha serva, minha ínfima serva, que
armazena a custo, a parcimoniosa.
Que trabalha como uma desgraçada e que não tem
mesmo folga e que não tem mesmo descanso.
A não ser a morte e o longo sono de inverno.

Eu resplandeço de tal maneira em toda a minha criação.
..........................   ...........................   .....................

A caridade, diz Deus, isso não me espanta.
Isso não é espantoso.
Essas pobres criaturas são tão infelizes que a não ser
que tivessem um coração de pedra, como não
haveriam de ter caridade umas para com as outras.
Como não haveriam de ter caridade para com seus irmãos.
Como é que eles não haviam de tirar o pão da boca,
o pão de cada dia, para dá-lo a desgraçadas
crianças que passam.
E meu filho teve para com eles uma tal caridade.
Meu filho irmão deles.
Uma tão grande caridade.

Mas a esperança, diz Deus, eis o que me espanta.
A mim mesmo.
Isso é espantoso.
Que essas pobres crianças vejam como tudo isso acontece
e acreditem que amanhã vai ser melhor.
Que vejam como isso acontece hoje e acreditem que vai
ser melhor amanhã cedo.
Isso é espantoso e é mesmo a maior maravilha da nossa
graça.
E eu mesmo me espanto com isso.
E é preciso que de fato minha graça seja de uma força
incrível.
E que ela escorra de uma fonte e como um rio
inesgotável.
Desde aquela primeira vez que ela escorreu e escorre
sempre desde então.
Na minha criação natural e sobrenatural.
Na minha criação espiritual e carnal e ainda espiritual.
Na minha criação eterna e temporal e ainda eterna.
Mortal e imortal.
E aquela vez, ó aquela vez, desde aquela vez que
ela escorreu, como um rio de sangue, do flanco
trespassado de meu filho.
Qual não deve ser a minha graça e a força da minha
graça para que essa pequena esperança, vacilante
ao sopro do pecado, trêmula a todos os ventos,
ansiosa ao menor sopro,
seja tão invariável, mantenha-se tão fiel, tão reta,
tão pura; e invencível, e imortal, e impossível
de apagar-se; que essa pequena flama do
santuário.
Que queima eternamente na lâmpada fiel.
Uma chama tiritante atravessou a espessura dos mundos.
Uma chama vacilante atravessou a espessura dos tempos.
Uma chama ansiosa atravessou a espessura das noites.
Desde aquela primeira vez que a minha graça escorreu
para a criação do mundo.
Desde então que a minha graça escorre sempre para a
conservação do mundo.
Desde aquela vez que o sangue do meu filho escorreu
para a salvação do mundo.
Uma chama impossível de se alcançar, impossível de se
apagar ao sopro da morte.

O que me espanta, diz Deus, é a esperança.
Eu fico pasmo.
Essa pequena esperança que parece uma cousa de nada.
Essa pequena esperança.
Imortal.
Porque as minhas três virtudes, diz Deus.
As três virtudes minhas criaturas.
Minhas filhas minhas crianças.
Elas próprias são como as minhas outras criaturas.
Da raça dos homens.
A Fé é uma Esposa fiel.
A Caridade é uma Mãe.
Uma mãe ardente, cheia de coração.
Ou uma irmã mais velha que é como uma mãe.
A Esperança é uma meninazinha de nada.
Que veio ao mundo no dia de Natal do ano passado.
Que brinca ainda com o boneco de neve.
Com seus pinheirinhos de madeira da Alemanha cobertos
de geada pintada.
E com seu boi e seu jumento de madeira da Alemanha.
Pintados.
E com seu presépio cheio de palha que os animais não
comem.
Porque elas são de madeira.
Entretanto é essa meninazinha que atravessará os
mundos.
Essa meninazinha de nada.
Ela só, levando os outros, que atravessará os mundos
volvidos.

* * *

Esperança humana: Rebelião contra a Queda, com Cristo tornada Revolução contra a Queda. Muitos não suportam esta palavra, mas o que dizer? O Cristianismo é mesmo fundamentalmente revolucionário.

 * * *

Moltmann, Jürgen. Citado por Ed. L. Miller em Teologias Contemporâneas (São Paulo: Vida Nova, 2011).
Frankl, Viktor E.. Em Busca de Sentido (Petrópolis: Editora Vozes, s/d).
Péguy, Charles. Breve Antologia da Poesia Cristã Universal (Edição eletrônica, org. Sammis Reachers, 2012).